Poesia de Olívia Zarpellon
Tenho preferido o humor histérico daquilo que não se pode conter
ao humor estéril do que já não está contido.
Agradam-me os loucos, tão poucos, já roucos
de gritar o que a palavra não dá conta de contar.
Deixe que urrem, que uivem, sussurrem,
tal como a concha sussurra seu mar.
E que suspirem, delirem, se atirem,
sejam tempestade a se derramar.
E a esse mundo, de vida tão ávido,
a onda dos loucos ainda há de inundar!
E a esse mundo, de sonhos tão árido,
a onda dos loucos ainda há de irrigar!
Tenho preferido o mar histérico que transborda da alma
à alma estéril que impõe bordas ao mar.
Olívia Zarpellon]]>