Archive for the Textos e publicações category
Textos de minha autoria, baseados em reflexões sobre o dia a dia, a vida e minhas experiências com a Dança do Ventre e outras Danças, as quais tive a oportunidade de estudar ou ter contato. Textos exclusivos do blog ou anteriormente publicados.
Porque acredito que é preciso também pensar a dança.
E que dançamos com o corpo, com a mente e com a alma.
Dança genuína x dança performática
Standard post by carolnesrine on setembro 30, 2014
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Dançar envolve muitas possibilidades. Podemos dançar para um grande público, para um público menor, para uma pessoa e até para nós mesmas. Podemos dançar para pessoas que nunca viram dança do ventre e também para profissionais da área. Podemos nos apresentar num grande palco, numa salinha ou em casa com a família. Graças a todas essas possibilidades, talvez a gente perceba algumas diferenças entre essas apresentações. Digo talvez porque algumas bailarinas fazem questão de dançar exatamente igual em qualquer situação que seja. Para mim, uma questão de escolha. A outra possibilidade seria fazer algumas adaptações levando em conta o local (tamanho do local da cena, se é palco ou sala etc…), público e mensagem a ser passada. O que faz com que as apresentações de uma mesma bailarina sejam distintas em vários aspectos. Apresentações mais intimistas, como por exemplo uma plateia formada por alunas e pessoas queridas, permite que a dançarina do ventre faça algumas escolhas diferentes, como dançar mais tranquilamente, envolver-se emocionalmente com seu público, pensar numa mensagem diferente da que ela costuma passar. Tudo isso por saber que aquelas pessoas que estão assistindo sua dança sabem da sua história e irão entender o que ela pretende comunicar. Em apresentações mais impessoais, como no caso de uma contratação para um show num lugar que não é ligado com dança do ventre, por exemplo, os objetivos são outros. Nem todo mundo conhece a dança e suas facetas. Então, geralmente, a bailarina tende a levar isso em conta, comportar-se e apresentar-se de maneira condizente com essa situação. É importante mantermos sempre a apresentação num nível ótimo. A ideia não é mudar o nível de profissionalismo, mas sim permitir-se usufruir de algumas condições que a apresentação nos proporciona. Digo isso para diferenciarmos as apresentações performáticas boas das performáticas ruins e “sem conteúdo”. Existem performances e performances… mas conversaremos em breve especificamente sobre isso. Atire a primeira pedra a bailarina que nunca se esforçou um pouquinho a mais numa apresentação que julgou muito importante. Ou que escolheu o figurino com mais cautela para dançar na confraternização de fim de ano de uma empresa contratante. Se pensarmos na possível origem sagrada da dança e em sua evolução para o entretenimento, como é praticada atualmente, temos um cenário que nos mostra claramente que as diferentes formas de apresentar-se fazem parte da história dessa dança. A dança que a netinha aprende com a vovó não é igual ao que se aprende no workshop de “movimentos de impacto na dança do ventre”. Assim, quando assistimos a uma apresentação mais performática ou mais descontraída pode não significar que a bailarina está equivocada. Pode ser apenas uma questão de escolha a qual ela tem possibilidade. Aí então, ao repararmos nos comentários do público, ouvimos alguns termos para diferenciar as danças: performática, fria, forte, exagerada, impactante, acolhedora, suave, genuína etc… Salvos os equívocos com relação ao profissionalismo (como por exemplo uma bailarina que dança apenas de maneira performática e sempre “sem conteúdo”), é isso mesmo que acontece. Algumas apresentações realmente utilizam uma maior gama de técnicas cênicas (impacto, por exemplo), enquanto outras são mais singelas e livres. E isso é comum. E, na minha opinião, até muito positivo. Numa apresentação longa, num palco grande e para um público da dança, pensamos na necessidade de “crescer” para ocuparmos todo o espaço do palco. Aí então buscamos recursos para isso como: variar bastante a dança para não ficar monótona, fazer movimentos grandes, usar vários acessórios, impacto, uma expressão mais intensa… segredinhos que toda bailarina tem para abrilhantar tais apresentações. Mesmo não sendo esse nosso costume. Em contrapartida, num momento em que dançamos para nós mesmas, a forma de entrega é diferente e os movimentos serão mais naturais e orgânicos. Talvez sem acessórios nenhum… sem tanto impacto… Nos identificamos e gostamos de certas bailarinas justamente por causa de suas escolhas. Refletirmos sobre suas mensagens, condutas e mudanças pode ser muito enriquecedor, pois podemos descobrir propostas que estão nas entrelinhas… Para nós que dançamos, é importante observarmos esse aspecto como público e como bailarina também. A apresentação cênica com o seu objetivo de encantar, provocar e prender a atenção da plateia tem tanto valor quanto a apresentação natural que encanta de pertinho. É importante então planejar qual ou quais as mensagens que gostaríamos de dizer para o público e quais os nossos objetivos antes da apresentação. E depois pensar em entregar-se para o momento da dança, com tudo o que temos de melhor. E quando formos espectadoras, nos abrirmos para entender o que a bailarina tem a nos dizer. E nos entregarmos a ela para que nos leve… Pode ser surpreendente.. Um grande abraço, Nesrine ]]>
Sobre minha dança
Standard post by carolnesrine on setembro 29, 2014
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E depois com meus perfis. Minha dança cresce para dentro E explode sem movimento. Silêncio Contento Conteúdo Contenção Com tensão Com tesão Com amor E agora com o tempo. Comecei a dançar com sonhos. E agora danço com o pensamento. Sapateio com as palavras E escrevo o movimento. A inteligência é dos quadris e as batidas do repente. Danço o que sinto e digo o que danço Para você: toda gente. Nesrine Bellydance]]>
Historinhas para "o boi" dormir…
Standard post by carolnesrine on setembro 25, 2014
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Desde o começo dos tempos nossas raízes vêm sendo formadas. Nossos ancestrais nos deixam heranças que carregamos em nossas camadas. Nas profundezas da mente as ideias são delicadamente plantadas. E na imensidão das escolhas moldamos nossas crenças e pegadas. Mas, em paralelo à herança de ouro, historinhas vão sendo contadas. Pois a ignorância quer prosperar, Querem que sejam manipuladas… Mas nem para serem criativos! Usam sempre o mesmo recursos: Denegrir, diminuir e ridicularizar. E convencer-nos de alguns abusos. E no embalo das musiquinhas nos ensinam a ter medo de careta. Nos ensinam preconceitos, e a hostilizar a cara preta. Dizem agora que os chifres são dos cornos, para distorcer que são dos grandes anciões. Porque a dor de cotovelos sim é antiga e passa por todas as gerações! Se os chifres são dos cornos a mulher amada foi uma putinha. Não sabes o que fazer com a mulher? Escondas que ela é rainha. Queime a bruxa! Difame sua honra! Desfie a ladainha! O tempo se encarregará de dar força a essa historinha. O maior mal não é aquele que se apresenta. O maior mal é aquele disfarçado de bem. Ele manipula, oprime, controla e nos aproxima do que lhe convém. E seguimos embalados pelas distorções motivados a sermos o que não somos. Subutilizando nossos corações. Sufocamos nossos instintos e compramos mais do que poderíamos usar. As rugas de sabedoria são preenchidas de plástico para não as mostrar. Tomamos o veneno de gota em gota com nossas próprias mãos Que já não são mais de cura. O importante agora É não terem manchas, não! Historinhas e musiquinhas Todas sempre tão bonitinhas Querendo pegar os ensinados A acreditar nas bobagenzinhas. Fique esperto! desconfie! A certa, pode não ser a mocinha! Ela pode ser a sorrateira só aguardando o fim da sua linha. E você? Acredita em tudo que aprendeu? Acha que sabe tudo? que já é esperto? E que sabe não foi o gato quem comeu? Tome cuidado! A ignorância é esperta! Ela não vai escrever “Veneno” no pote de vidro à sua espera. Ela vai pintá-lo de sua cor preferida, pois uma de suas armas é a esmera. Toma cuidado, leia direito as entrelinhas. A vida não espera. Descuidou, desprezou o instinto O veneno mata. Ou cruelmente Cega. Nesrine B.]]>
Sobre nós bailarinas de DV dançarmos de maneira igual…
Standard post by carolnesrine on setembro 24, 2014
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Olá, pessoal! Esse texto é uma reflexão sobre uma frase que vem aparecendo nos bastidores e nas plateias da nossa dança do ventre: a maioria das bailarinas dança de maneira igual. Então vamos aos fatos. Digamos que seja verdade: sim, todas as dançarinas andam dançando iguais. Quais seriam os problemas? O de que as apresentações tornam-se cansativas? O de que o espectador quer novidades a toda hora e a bailarina não tem para lhe dar? O de que caracteriza-se falta de autenticidade? Ou o de que nos tornamos menos comerciais? Acho muito importante levantarmos essas questões porque tenho a sensação de que existem muitos aspectos positivos, mas muitos negativos por trás desse tipo de comentário também… Primeiro que se estamos falando em dança do ventre, é bem aceitável que as apresentações sejam parecidas. Usamos as mesmas referências.Todas fazemos básico egípcios, tremidos, oitos… Nesse aspecto é claro que será parecido! Há quem espere movimentos de impacto e coisas mirabolantes, mas sabemos que isso é uma questão de escolha. Não é essencial. Então não nos obrigue a ficar inventando coisas apenas para dizer que somos diferentes. Uma dança honesta não precisa de firulas… Então, danças parecidas podem muito bem serem danças ótimas. Aí você pode lembrar-se das grandes bailarinas, as que são referências mundiais, que têm um jeito de dançar todo próprio e muito discrepante das outras. Sim, elas existem! Mas são parte de uma minoria bem restrita. São aquelas bailarinas geniais e incríveis que costumam até servir de inspiração para gerações inteiras. Ah que maravilha! Mas estão longe de ser a regra. E claro que não desqualificam aquelas outras bailarinas que também possuem sua genialidade. Cá para nós, um dia elas também dançaram como as outras. Todas temos que aprender de alguma forma e ninguém nos ensina já nos dizendo o caminho das pedras. Cada bailarina é que encontra o seu. Então usar uma mínima porcentagem como padrão de exigência para ficar pressionando as outras bailarinas, no meu ver, não pode ser algo sensato. Algumas bailarinas possuem diferenças mais evidentes e outras mais sutis. E isso depende de um caminho inteiro de dança… Exigir que todas elas sejam completamente diferentes, além de ser uma rigidez descabida é também uma maneira de padronizá-las. Ninguém está falando de “nivelar por baixo”. Tenho vinte anos de dedicação por essa dança. Nunca economizei esforços. Nunca me deixei acomodar. Posso dizer isso sem o menor medo de ser mal interpretada. Sem o menor medo de acharem que quero proteger as pessoas que não se dedicam e querem se dar bem. Não. Estou falando das pessoas que levam a sério. Elas não merecem ficar sendo comparadas e com isso pressionadas. Simplesmente porque estão fazendo o seu trabalho digna e arduamente. O caminho não é fácil. Talvez se essas pessoas já tivessem passado por isso conheceriam esse lado. Sou a favor da busca por sua identidade na dança, mas sem essa pressão de ser diferente. Talvez a identidade da bailarina esteja nas pequeninices… nas sutilezas… Outra aspecto é o de que ninguém consegue dançar igual a outra pessoa. E olha que muita gente tenta! Quando tenta-se copiar um movimento, por mais que treinamos arduamente fazê-lo de uma maneira bem específica, ele é incorporado e processado dentro do nosso corpo que acaba o reproduzindo à sua forma. É possível dançar parecido, mas nunca igual. Talvez se essas pessoas já tivessem se sujeitado à dançar saberiam disso. Ou talvez não tenham sensibilidade para enxergar tal sutileza. Mas digamos que a bailarina gostaria de dançar de uma maneira bem diferente das outras e quisesse ir em busca disso. Essa frase em questão me faz pensar se essas pessoas que a dizem acham que é fácil alcançá-la. Tenho a impressão de elas acham que é preciso apenas a bailarina matricular-se nos workshops de movimentos impactantes, ou sequências criativas, ou 1001 deslocamento mirabolantes para enriquecer sua dança ou sei lá o que, treinar em casa e pronto! Lá está nossa bailarina diferente! Ou pior, acham que é preciso apenas alguém ficar falando isso “na orelha dela” para ela que ela mude. Infelizmente não é bem assim… talvez se essa pessoa conhecesse mais sobre aprender a dançar… Aprender um novo movimento qualquer, mesmo que com um treinamento técnico intenso, não é apropriar-se dele (o que dirá se for aprendido num fugaz work…). Apropriar-se de um movimento às vezes requer tempo. Amadurecimento. E muitos outros aspectos. Procure uma boa professora que ela lhe ensinará tais questões. Se para incorporarmos um único movimento podemos demorar meses, imagine para mudarmos nossa dança… Pode levar muito tempo… E não porque a bailarina é lenta. É simplesmente porque é assim. A dança é um movimento que vai muito além de passos técnicos. Às vezes é preciso mudanças dentro de nós. E não estou querendo levar a dança para o lado da terapia…. às vezes essas mudanças são arrasadoras. Já ouviu dizer que muitos atletas não têm saúde? Praticar esporte pode ser saudável, mas talvez não para um atleta. Não pensem que profissionalizar-se como dançarina do ventre lhe trará equilíbrio e bem estar. Pode não ser verdade. Alunas que buscam essa dança com esse objetivo podem o tê-lo sim. Mas não necessariamente para as profissionais. Outra curiosidade que pessoas despreparadas podem não saber é que quando uma dança está em transformação ela pode perder a forma. É como se acontecesse uma desconstrução para que a nova dança possa encontrar espaço para renovar-se, numa explicação bem simplificada. Isso quer dizer que se a dança de uma bailarina não estiver no seu melhor momento, isso pode significar uma bela surpresa no futuro. Um momento que pode servir de alvo de criticas de pessoas despreparadas, pode ser fundamental para o crescimento da bailarina. E poderia ficar aqui dizendo mil motivos para nós bailarinas de verdade não nos preocuparmos com essa frase. Se ela vem de um profissional sensato e DA DANÇA (e digo mais: que dança!), podemos levá-la em conta e avaliarmos SE queremos fazer alguma coisa sobre isso ou não. Mas você que já ouviu essa frase, alguma vez a ouviu de um profissional como esse? Se ela vier de outras pessoas, podemos levar em conta ou não, mas sempre tomando cuidado para não sermos alvo do gosto do público (cada um tem seu gosto) ou de manobras comerciais, já que bailarinas com muitos diferenciais são mais vendáveis. O público tem todo o direito de não gostar da sua dança, achar igual, isso e aquilo. Público tem opinião pessoal, não técnica. Assim como temos o direito de escolhermos depender da opinião da maioria das pessoas ou não. Até porque a atitude de tentar a todo tempo mudar sua dança para poder agradar a todos não é bem uma atitude que podemos chamar de autêntica, né?! É por isso que temos que desenvolver nosso senso crítico na dança. Bailarinas sem senso crítico viram “massa de manobra” assim como todo cidadão que é enganado pela política, nem sabe e não entende porque não se sente feliz. Lembre-se, estamos numa cultura capitalista. É preciso distinguirmos as criticas sensatas das convenientes. Tento dedicadamente fazer a minha parte, porque pra cima de mim, não! Nesrine B. ]]>
Para eu dançar
Standard post by carolnesrine on setembro 23, 2014
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Para eu dançar Dançar para exercitar Dançar para encantar Dançar por amor Dançar para aprender a amar Dançar por dançar e também para realizar Dançar a dança E dançar o que me faz sonhar. Nesrine Bellydance ]]>
A Dança do Ventre e seus desafios! Artigo para o CDV
Standard post by carolnesrine on setembro 9, 2014
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A Dança do Ventre e seus desafios! Mais um artigo para o Central Dança Do Ventre! Acesse o link aqui para ver o artigo e aproveite para deixar seu depoimento lá na página do CDV sobre como a Dança do Ventre ajuda você a se superar e se valorizar! Um grande abraço, Nes]]>
Texto feito para o Sarau "No concreto uma flor"
Standard post by carolnesrine on setembro 2, 2014
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Resistência, resiliência, respeito pelo tempo… A flor que brotou na fenda do concreto, O leite da pedra, O absurdo, o improvável, a surpresa. Surpresa? Para quem? Para quem subestima. A superação faz parte da natureza. E nós parte dela. Ser natural é superar-se. E superar-se é divino. Será que alguém nos convenceu do contrário? Muitas vezes não acreditamos nem vendo. Mas a natureza está lá…. latente. E selvagem. O tempo passa implacavelmente. E, apenas na hora certa, a semente brota, a escultura toma forma, o texto se escreve na memória, o movimento balança o corpo e Sem perguntar A vida transborda. Ainda surpreso? Então prepare-se. O tempo está passando e Sem que você tenha o menor controle Vai sentir na pele. O arrepio O estômago O impulso A fúria A força da vida A ligação e a morte. Nesrine B. Texto feito com muito carinho para o Sarau “No concreto uma flor”, que aconteceu no dia 24/08/14, organizado por Sahar Fouad, no Centro Cultural Shangrilá.]]>
Em breve!
Standard post by carolnesrine on agosto 21, 2014
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Standard post by carolnesrine on agosto 10, 2014
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Ele viveu para se encher de amor e de doçura. Se enchia tanto que transbordava para os outros. Até que em seu corpinho, pequeno, não coube mais. Então o deixou e se foi. Generosamente, como de costume. Sob suspiros, foi em busca de algo maior. Esse já não servia mais para ele. Gratidão, gratidão, gratidão.]]>