Para dançar bem
Para dançar bem, dança do ventre, é preciso ter os quadris inteligentes, criatividade e um coração. Depois do conhecimento, claro!
No dia a dia movimentamos nosso corpo de maneira bem específica e repetitiva: pés, pernas, braços, mãos, cabeça… Quando caminhamos, quando sentamos, quando nos levantamos, quando amamos… A repetição faz com que os movimentos sejam aperfeiçoados, tornando nossas atividades diárias mais fáceis e rápidas. Das partes do corpo que mais movimentamos, estão os membros superiores e inferiores. Por isso temos tanta destreza com nossos pés, pernas, mãos…
E os quadris seguem desenvolvendo seus papéis aparentemente coadjuvantes.
Aliás temos dois quadris!
Às vezes até esquecemos disso!!
Diria que em nosso quotidiano temos pés pró-ativos e quadris reativos.
Nesse aspecto, a dança do ventre é bem diferente!
Como já conversamos outras vezes, os quadris são o coração dessa dança e guardam uma capacidade de movimentos muito maior da que exploramos diariamente.
São eles que, na maior parte do tempo, mandam no movimento.
Talvez por isso seja tão difícil num primeiro momento coordená-los com os pés num deslocamento na dança: os pés querem ditar a marcha da caminhada, quando deveriam deixar que os quadris o fizessem.
Aí fica aquela briga! rsrsrs…
Essa dança nos pede uma nova maneira de abordar a movimentação do nosso corpo: os quadris mandam e os pés é que têm que se adequar (correr atrás!) ou apenas auxiliar.
Para frente, para trás, para cima, para baixo, torção, encaixe, desencaixe, com contração, sem contração… Um universo de possibilidades de movimentos com os quadris.
Gosto de pensar que são peças de uma quebra-cabeça, em que cada peça tem seu encaixe compatível com mais de uma peça.
Logo que vamos desvendando a capacidade de movimentação de nossos quadris, já vamos reconhecendo alguns dos mais importantes movimentos da dança, mas agora de uma maneira muito mais profunda e consciente.
Oito para frente, para trás…
É importante saber que a simples reprodução de um desenho não significa a posse do domínio do mesmo.
Você saber executar o oito para frente, por exemplo, não significa que sabe exatamente o que está fazendo.
Se não entende, não o domina.
Se não o domina, sua capacidade é limitada.
Então, o primeiro conselho: é preciso deixar os “quadris inteligentes”.
Uma brincadeira para dizer que é preciso conhecer a capacidade de movimentação dos quadris, treinar para conseguir executar os movimentos e criar consciência de todos os detalhes para que se possa ter o domínio do passo.
Além do treino físico, também é preciso saber verbalizar, mesmo de maneira simples, o que se executa.
Se entende os movimentos que executa, você os domina.
Se você os domina, sua capacidade é ilimitada.
Então está pronta para exercitar o segundo conselho: a criatividade.
Com o domínio da capacidade de seus quadris, você poderá usar as peças desse quebra-cabeças para montar o desenho que quiser, que puder ou que conseguir.
Brincar aleatoriamente com essas peças é um ótimo exercício de criatividade e o começo da parte mecânica de um improviso.
O conhecimento serve, entre outras muitas coisas, para nos mantermos nessa modalidade: a dança do ventre.
É o que nos permite criar sem desestruturar o conceito original.
E também para nos mostrar até onde podemos ir, mudar, ultrapassar as regras e quando é a hora de voltar.
Depois é seguir o coração.
Quem sou eu para dizer como cada um deve seguir o seu…
Então, aí estão minhas sugestões: conhecimento, quadris inteligentes, criatividade e um coração.
Fórmulas mágicas? Digo, prontas?
Ah, que falta de criatividade…
A criatividade é para todas!!!
Exercite-a assim como o domínio dos seu quadris.
E seu bom senso também.
Não tem erro.
E…
Dance!
Porque é bom.
Abç,
Nesrine
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