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Quanto vale a mudança?

Standard post by carolnesrine on junho 14, 2014
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Texto quanto vale a mudança Quanto vale a mudança? Saberia me dizer como você realmente é? Lembra-se de como era quando pequena? Temos o hábito de nos moldar durante nossa vida, com as experiências que vamos adquirindo. Quanto vale a mudança? Ser aceita? ser melhor? ser do bem? ser do mal? ganhar mais? Quanto vale mudarmos nosso jeito de viver ou de enxergar a vida? Mudanças são sempre válidas, mas qual deve ser a motivação? O ambiente? a própria pessoa? outra pessoa? outras pessoas? Quais pessoas? Experiências de vida, educação, convivência… Vamos mudando, amadurecendo e aprendendo por toda a vida.. Mudamos tanto que, como sempre, podemos transformar o fato de mudarmos num fato negativo: podemos ficar condicionados à mudanças. Condicionados a ponto de provocarmos uma mudança no nosso jeito de ser de maneira tão fácil que nem percebemos na hora: “Não sei porque fiz isso, não sou assim…” Reações que não representam nosso modo de ser, de viver ou de encarar a vida para reagir à alguma situação. Não falamos aqui de reações instintivas. Falamos de quando uma pessoa naturalmente doce reage com agressividade porque foi convencida de que doçura pode ser sinônimo de ser boba; de quando uma pessoa intelectualizada esconde sua sabedoria pois foi convencida de que ela poderia afastar as pessoas; de uma pessoa que nasceu com o dom de entregar-se de corpo e alma para as situações foi convencida de que entregar-se é perigoso e não deve-se ser assim pois alguém poderá de aproveitar disso. Já viram o que fazem com pessoas livres? A doçura, a intelectualização, a entrega e a liberdade não são o problema. O problema está em quem não sabe apreciar ou respeitar a dona dessas características. Então, quanto vale a mudança? Quanto vale vestir-se de uma roupa fora do seu número em prol de seja lá o que for. Quanto vale convencer-se do que você não é e omitir um dom que a vida generosamente te deu? Se conseguíssemos enxergar com toda essa clareza, talvez não abriríamos mão de nossos dons com tanta facilidade. O problema é que as situações são cotidianas. Todos os dias, em doses pequenas, e quando vamos ver… Olha eu não me reconhecendo novamente… Encontrarmos nosso eixo, nosso prumo, nossa essência não é fácil. Muito de nós está escondido sob uma forte neblina cinzenta de um monte de coisas que nem sabemos identificar o que é. Mas sempre podemos iniciar um resgate. Reencontrar nossa essência e tirarmos dela nossas atitudes e reações, pode resultar em atitudes não tão comuns, mas com certeza será mais natural, mais orgânica e talvez mais feliz. O fato de termos que assumir as consequências não deve nos causar medo. Temos é que ter receio de negarmos nossa natureza. Enxergá-la, acolher até mesmo as partes ruins porque ninguém é somente bondade, e quando preciso dominá-la, é sem dúvida respeitar-se. As pessoas são muito parecidas, mas são muito diferentes também. Respeitar as diferenças da natureza do outro, pode ser o caminho para respeitar e acolher a nossa própria natureza e vice versa. Todas as nuvens são de algodão e estão sob o céu azul. Mas não encontramos nenhuma com o formato idêntico ao da outra. Encontre-se, permita-se, seja! Se o outro não souber respeitá-la, proteja-se de alguma forma. E mude quando realmente quiser ou for preciso. Trate-se com carinho. Acolha-se e seja gentil com você mesma. Não precisamos ser todas iguais e nem sofrer com nossa autenticidade. E é bom lembrar que muito da vida funciona como uma espiral. Uma analogia já bem conhecida talvez por ser muito verdadeira. Nos respeitamos, assim conseguimos respeitar mais o outro e então nos respeitamos ainda mais e conseguimos respeitas mais ainda o outro e assim por diante. Como não temos o poder de mudar o outro, podemos começar fazendo nossa parte. Se não a espiral nunca se iniciará. Quem sofre com isso? Todos. Inclusive nós mesmas. Principalmente quando somos detentora do conhecimento e não o aplicamos. Mas, conversaremos sobre isso numa outra vez. Por agora, podemos pensar em iniciar uma espiral. E o melhor de tudo: ela pode ser iniciada apenas com um simples sorriso para outra pessoa ou até para você mesma. 🙂 Nesrine Bellydance  ]]>

Nesse ano

Standard post by carolnesrine on junho 13, 2014
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Nesse ano Nesrine 2013 Nesse ano O ano passou e com ele se foi uma pessoa que habitava em mim. Hoje, depois de mudanças, transformações e reviravoltas, tenho outros sonhos e valores. Percebi que preciso de muito menos coisas para ser feliz. E que a felicidade está em ter menos ânsia na busca por ela. Descobri que gosto de escrever. Isso, algum tempo atrás, não passava pela minha cabeça. Percebi também que algumas pessoas não se importam comigo. Entendi que elas têm esse direito. Então, aprendi que posso dedicar mais o meu tempo àquelas que realmente me querem por perto. A vida é muito boa para se perder tempo.. Aprendi que é preciso virar a página. Fazer escolhas. Algumas outras pessoas, além de me quererem bem, ainda se dedicam a mim espontaneamente. Enxerguei que isso é um bem tão precioso que devemos empenhar nossa energia mais positiva para alimentá-lo. O amor que existe entre uma amizade, em certo aspecto, é como o amor entre um casal: os dois devem amar. quando um só ama, não se é um casal. Tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas. Elas me ensinaram que a felicidade é uma questão de escolhas na vida; que existe algo muito além na palavra amor; que a falta de algumas condições não é motivo para se perder a dignidade e a leveza e que a grande lição é amar até mesmo o inimigo. Trabalhei muito e fui muito feliz com isso. Apesar de muitas coisas não terem dado certo. Enxerguei que preciso aprender com essas coisas e seguir em frente. Então, tentei ser mais compreensiva comigo mesma para conseguir aprender com meus erros e não sofrer com eles. Tentei enxergar meus defeito de frente e de olhos bem abertos. Ah, foi bem difícil… ainda em processo.. Tentei comer menos bobagens… Sinto cada vez mais a necessidade de me afastar dos alimentos de origem animal… Tentei me entregar mais à vida. Bom esse também ficará em processo em 2014. Ainda tenho muito o que me aperfeiçoar. Meu conceito sobre liberdade mudou. Percebi que era presa às minhas idéias equivocadas e que muitas coisas que eu achava que me prendiam, perdem a força quando estou bem. Então, o importante é cultivar essa energia e cuidar dos meus pensamentos. Entendi que faço parte de tudo que está ao meu redor e que sou responsável por tratar os espaços onde convivo com respeito. Aprendi que vale mais a pela o respeito, o amor, a amizade e a liberdade do que levar uma vantagem momentânea e superficial. Mesmo que só consiga enxergar os resultados a longo prazo. Aprendi que tenho que deixar aquela menina com o seu grande ego ir.. Ela já fez o papel dela. Agora, para segui em frente, preciso estar mais leve. Percebi que eu não vim nessa vida para ficar dando gargalhadas ao vento. E que as pessoas que insistem em me dizer que tenho que ser diferente, gargalhar da vida e “curtir” para viver mais “feliz”, não compreendem minha essência. A felicidade não está só na curtição. Tenho a capacidade de enxergar o amor e a felicidade no silêncio também. Eu vim nessa vida para aprender e vou fazer isso da melhor maneira que eu puder. A curtição será apenas um consequência. Passei a admirar muitas coisas que antes nutria um preconceito. Aí, percebi que o preconceito faz mal aos dois lados, os que sofrem com ele e também os que se afastam das coisas que poderiam estar-lhe fazendo bem. E que ele é fruto da ignorância. Estamos entrando no ano de 2014. Não é possível aceitar mais a ignorância. Percebi que estamos com o péssimo hábito de resolver nossos problemas usando o ato de pressionar o outro. 1 pressiona o 2 que pressiona o três e assim por diante. A pressão é crescente e cumulativa. Decidi então que não aceitarei mais pressão para que não tenha o risco de querer passá-la para frente. Fico pensando que forma é essa de se relacionar com o outro…. e que o último da fila poderá receber uma carga grande demais, poderá não aguentar e todos poderão ter que pagar caro por isso. Nesse ano que passou, os meus dois grandes fracassos tiveram uma relação direta com esse tipo de pressão. Devem existir maneiras mais humanas de se resolver problemas. Estou disposta a procurá-las. Tive a oportunidade de participar de trabalhos que beiraram a perfeição, em que todos estavam infelizes. E de outros trabalhos cheios de defeitos que as pessoas estavam satisfeitas, realizadas e dispostas a melhorarem cada vez mais. Então compreendi que existe um grave equivoco de onde estamos depositando nossa felicidade. Nossa felicidade está em nós. E não em alguém ou em alguma coisa. Nada nos convence de sermos felizes se nós não estivermos dispostos a ser. E por fim, decidi pelo sim, pela mudança e pela vida. Decidi estar mais presente para viver o novo ano e aprender com ele. Nesrine Bellydance, 18/12/13.]]>

Calcinhas e calcinhas

Standard post by carolnesrine on junho 8, 2014
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texto calcinhas e calcinhas Calcinhas e calcinhas A calcinha, sem dúvidas, é uma das peças do vestuário que quando é vista fora do contexto da intimidade dá o que falar. Poucas peças dos vestuário incomoda tanto assim quem as vê. Então, falemos dela! Lembra-se de alguma vez que foi a uma apresentação de dança e viu a calcinha da bailarina? Já passou por isso? Vou te falar que já vi várias!! Você se incomodou? Soube de alguém que se incomodou? É sabido que, desde o início de nosso aprendizado, para nos protegermos de situações constrangedoras, é bom seguirmos algumas regrinhas de etiqueta como: alfinetar todo o figurino antes de uma apresentação, cuidar da nossa toalete, tomar o cuidado de prestar atenção no modelo do figurino que está usando para adaptar sua dança para que não fique descomposta, cobrir-se com uma abay/véu/capa quando estiver fora de cena e assim por diante. Mas e quando algum pequeno descuido acontece e escapa uma calcinha? Pode ser sobre o cinturão, pode ser apenas a etiqueta aparecendo e também a grande vilã: a calcinha que aparece por entre as fendas da saia! Ah não!! rsrsrs… Brincadeira a parte, eu gostaria de sugerir que pensássemos um pouquinho sobre a real importância de termos visto uma calcinha repentina durante uma apresentação de dança: será que vale a pena não apreciar mais a apresentação por causa disso? Será que foi tanto descuido assim que posso chegar ao ponto de julgar a bailarina descuidada ou desmazelada? Será que é um descuido que posso relevar? Será que foi tão horrível assim? Merece perder ponto no concurso? Cada um tem sua opinião e seus limites e não devemos discutir isso. O importante é você conhecê-los. Se realmente te incomoda, ok, e se nem dá bola, ok também. O fato é que esse tipo de acontecimento não pode ser o suficiente para desmoralizar ou acabar com a apresentação de uma boa bailarina. Na minha opinião, existem calcinhas e calcinhas… Existe uma certa facilidade de aparecer descuidadamente um calcinha de repente, mas para mim isso não é um problema. Acho bem comum até. Fendas profundas, bojos bem pequenos, corpos bem à mostra e saias que são vulneráveis a esse risco não me constrangem. A intenção da bailarina de mostrar seu corpo não me constrange. O acaso mostrando uma coisa que era para estar escondida também não. Me incomoda muito mais quando a roupa de baixo é muito colorida e fica o tempo todo aparecendo sob a saia por causa da cor. Mas encaro como um problema no figurino. Nada mais. Para mim, constrangedor é quando a dança ainda não está tão madura para sustentar adversidades. É quando a calcinha vem acompanhada de mais um série de descasos e descuidos: figurino caindo pedras, maquiagem borrada, cabelo bagunçado, dançando fora da música e calcinha que apareceu. Aí não dá… Mas um de cada vez, sustentados por uma dança digna, por uma boa conduta da bailarina ou por uma personalidade forte, por mim está tudo bem! Se é a calcinha, cabelo ou as miçangas do figurino, não importa… todos têm o mesmo peso. Até porque não vejo diferença entre calcinha e biquíni. Não é adequado usar biquíni na cidade nem ficar mostrando numa apresentação de dança, mas se acontece por um acaso, não serei eu quem vai questionar a pessoa a respeito de sua moral. Muitas vezes vejo a calcinha ganhando um peso diferente dos outros problemas: moral e sexual. A bailarina pode ser é julgada desmazelada, provocadora, sem elegância e até acusada e denegrir a imagem da dança!! Tudo isso pode até ser verdade… mas pode não ser também. Pode ser uma exagero e uma grande bobagem. Uma calcinha sozinha não tem todo esse poder. Disso eu tenho certeza. Moral, está aí um bom assunto! Na sua opinião, o que agride ou afeta a moral? Mostrar uma peça de roupa íntima? ter um bojo pequeno no topo e fendas profundas? ou outras coisas? E as bailarinas que usam shorts debaixo do figurino? Com certeza estas estarão protegidas de mostrar a calcinha, mas isso significa que ela é mais digna do que a que não usa? Só o shorts a protege de não denegrir a imagem da nossa dança? (Será mesmo que existem pessoas que acreditam nisso???) O problema é realmente a calcinha? Bom, existem calcinhas e calcinhas… Mas o que realmente importa? já parou para pensar? Nesrine Bellydance  ]]>

Uma Matrioshka e um novo olhar…

Standard post by carolnesrine on junho 8, 2014
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texto matrioshka Uma Matrioshka e um novo olhar…

Certa vez, ganhei uma bonequinha Matrioshka de uma amiga que voltava da Rússia.
E minha surpresa foi que, ao abri-la, havia outra bonequinha menor dentro da primeira, e outra menor dentro da segunda e mais outra… no total eram seis bonequinhas diminuindo, umas dentro das outras, até se tornarem uma só. Para mim foi como se na primeira, que é a maior de todas, coubessem várias outras mulheres, ou idades ou experiências dentro dela. Pensei então que cada uma bonequinha poderia significar uma fase da vida de uma mesma mulher. A primeira e velhice, a segunda a idade madura… até a última que seria a criança. Dizem que temos uma criança dentro de nós. Então, pode ser que tenhamos também a adolescente, a mulher inexperiente, a mulher madura… a mulher velha seria apenas uma delas… Enfim, olhando para uma conhecida de muitos anos que hoje desfruta de sua velhice, percebi que a mulher velha é apenas a que está na superfície. .. essa é a que vemos de cara, mas se olharmos novamente conseguimos ver que lá dentro habita também uma criança, uma jovem adolescente sonhadora, uma mulher recém casada… Percebi que falar com uma senhora como se ela tivesse aquela idade durante toda a sua vida seria um erro. Seria apenas enxergar a primeira bonequinha e ignorar a existência de todas as outras. Percebi também que é muito interessante quando reconheço na senhora a bonequinha que é igual a minha desse momento. De repente tudo muda e aquela senhora é também da minha idade. Desejos, conflitos, anseios, escolhas, frustrações… tudo que parecia tão distante agora se parece. Foi como olhar e enxergar melhor, como se não fosse mais superficial. O título de senhora hoje para mim é apenas um ato tradicional de educação. Quando olho, posso enxergar alguém assim como eu. Posso pedir conselhos, mas também posso falar das coisas, da vida, do trabalho, confissões, trocar figurinhas… E talvez, até brincar de me reconhecer nela, enxergar como eu fui ou como serei um dia. Espero acumular muitas bonequinhas ainda. Guardá-las com todo cuidado. E, um dia, feliz, chegar e conhecer a última… bem grande… Nesrine B.]]>

O segredo é a capacidade de escolha

Standard post by carolnesrine on junho 6, 2014
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texto escolhas

O segredo é a capacidade de escolha

Não são duas nem três bailarinas/alunas de dança do ventre que veem até mim com dúvidas comuns sobre vários aspectos da dança: É legal dançar de salto alto ou não? Posso dançar em cima da mesa ou não? Como exatamente eu danço um solo de acordeom num takssim? Qual parte da música tenho que buscar para minha leitura musical ser correta? Devo fazer isso ou devo aquilo? Tenho que dançar cantando ou melhor não? Movimentos de impacto sempre, né?! Quanto mais passos difíceis, melhor será minha dança, não?! Sabe, aprendi certa coisa com certa professora e a outra me disse coisas diferentes. Pode isso? Bem…muitos questionamentos! Isso é grandiosamente positivo, já que são os questionamentos que nos levam a continuar nossos estudos. Mas o que não concordo é a busca pela resposta única e definitiva. Simplesmente porque na maioria esmagadora das vezes ela não existe. Então, geralmente, minha resposta é: depende. O que você pretende? Você sabe o que significa fazer isso? é isso que você deseja? o que você pretende passar/transmitir? Porque realmente depende. Dizem os filósofos que passamos da era do conhecimento e agora estamos na era da sabedoria. Isso significa que ter conhecimento não é mais um diferencial, já que atualmente muitas pessoas são detentoras de grande conhecimento e profundamente especializadas nas suas áreas. Agora, quem se destaca é a pessoa que consegue aplicar e administrar bem esse conhecimento: quem é sábio. Pense em quantas bailarinas, alunas e professoras de dança do ventre que temos hoje no mercado. Existe muita gente boa! E a tendência é que esse número de pessoas com boa informação cresça cada vez mais. Então agora é preciso usar esse conhecimento para fazer escolhas. Querendo se profissionalizar ou não. Dançar dignamente independe disso. Esperar que outra pessoa faça a escolha e dê a fórmula pronta já não é mais suficiente. Não é uma questão de circunstâncias e sim de estilo de vida. Vai deixar que alguém lhe diga em quem votar nas próximas eleições? A não ser que você esteja estudando especificamente o estilo de uma determinada bailarina. Aí vale conhecer e saber das escolhas que ela faz. Mas sugiro que use isso apenas como inspiração. Para quem tem esse tipo de questionamento minha resposta é: estude, estude, estude, estude… estude a perder de vista. Estude muito, profundamente e sempre. E depois faça suas próprias escolhas. Mesmo se já for professora. Se ainda não tem 40 anos de carreira continue estudando. Lembre-se de que temos grandes bailarinas com mais de trinta anos de carreira que possuem seus mentores e ainda estudam. Escolha sempre profissionais que você confia muito. Vários. Estude muito além da técnica e coreografia, menina dos olhos nos workshops atuais. Busque referências no assunto que você deseja estudar e não contente-se com fórmulas mágicas. Acredite, os profissionais que você admira fazem isso. Os estudos, a informação, o contato com grandes profissionais nos ajudam a desenvolver nosso senso. Nosso bom senso e nosso senso crítico. E é esse conjunto todo de informações que embasarão suas escolhas e decisões, porque não existem fórmulas mágicas. Existem decisões consistentes. A resposta: “ah eu faço isso porque aprendi com fulana”, já não é mais suficiente. Devemos arcar com as nossas escolhas: “aprendi com fulana e escolhi pelos meus motivos seguir essa linha”. Fazer escolhas é dançar. Escolhemos o passo, os movimentos, a dinâmica, a parte da música, a intenção, a expressão… Fazemos escolhas a todo tempo. Praticar fazer escolhas é praticar a própria dança. Dançar é permitir-se escolher. Escolher é permitir que a SUA dança transborde. A dança só é plena se nos entregamos para ela. Para que a gente se entregue para ela é preciso estarmos seguras… informadas… Capacite-se. E dance SUAS escolhas.

Nesrine Bellydance

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Quando chegar a hora de voar – Sob um primeiro olhar

Standard post by carolnesrine on junho 4, 2014
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hora de voar 1 Quando chegar a hora de voar – Sob um primeiro olhar Quando chegar o momento de professora e aluna se separarem. Separação é, boa parte das vezes, um aspecto negativo quando tratamos de pessoas. Ela nos remete à separação de casais, de pais e filhos, à saudade e à insegurança da nova vida. O medo e outras circunstâncias nos fazem enxergar o aspecto negativo da separação e, por isso, ela nem sempre é natural e saudável. Como e quando isso acontecerá, vai depender de cada um. Cada um tem seu momento de alçar voo. Pode ser quando a bailarina começar a ensaiar grandes passos sozinha; pode ser quando mestre e aluno já não compartilharem mais das mesmas idéias; pode ser quando o mestre já não mais estiver suprindo as necessidades do aluno e agora ele precise de outro e por aí vai… O aluno precisa ir e o mestre precisa deixar ir. A liberdade é nosso direito e depois que tudo acontecer, veremos que ela vem para o bem. É preciso compreender que ser uma professora significa doar-se, orientar e ensinar ao outro o conhecimento anteriormente adquirido. Nada mais. Sem criar expectativas em relação aos alunos. Sem criar de nenhuma forma vínculos que comprometam a saúde dessa relação. Cada um tem o seu tempo, seus limites e seu caminho. Sem essa compreensão e leveza, podem ocorrer alguns equívocos sobre as obrigações e deveres de uma com a outra. Ambas podem começar a alimentar sentimentos que futuramente comprometerão o momento da separação, como alimentar o sentimento de posse ou de dívida. Sabemos que, algumas vezes, é ensinado às alunas muito mais do que dançar. Algumas circunstâncias exigem uma orientação muito além da técnica. Podem acontecer situações fora do controle que exigirão da professora compreensão, ensinamento e acolhimento. Porém, se irreversivelmente o respeito chegar ao fim nessa relação, somente então, cabe o abandono. Toda essa dedicação e entrega não pode criar a sensação de que uma tem direitos sobre a outra, afinal ser professor é doar-se, lembram? O reconhecimento também não está em contrato. Ele pode vir ou não, mas não é obrigatório e não deve ser exigido. Ah! o reconhecimento… Menina dos olhos de muitos professores e também de muitas alunas. Mas temos que lembrar que ele apenas nos massageará o ego. Ver o resultado do trabalho prosperar é o que realmente traz felicidade e isso só será possível com a separação. Não podemos confundir respeito, admiração e gratidão com dívida. O ciclo de ensino somente se fecha quando o aluno conseguir ir em frente. Sozinho. Quando o aluno conseguir olhar para o precipício, sentir-se capaz e jogar-se para seu primeiro voo. Viver na dependência do mestre pode fazê-lo perder o tempo desse voo. O pavor do desconhecido e o medo de errar devem ser substituídos pela coragem. Todos temos o direito de errar quantas vezes forem necessárias, então não tem por que não seguir a diante. Apenas sozinho, ele encontrará o caminho, conhecerá suas vontades e conseguirá desenvolver o que absorveu no aprendizado. O aluno carregado com toda bagagem que acumulou, deve ir em frente e dar continuidade ao legado do mestre. Para brilhar, é preciso sair da sombra… E então, devemos lembrar que a separação pode não ser uma despedida… Que a vida é feita de ciclos, o mundo dá voltas, plantamos o que colhemos, depois da noite vem sempre um novo amanhecer. Diz a sabedoria popular que tudo o que ensinamos nos retorna em dobro.

Nesrine Bellydance

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O Meu Movimento

Standard post by carolnesrine on junho 3, 2014
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físico 2 O meu movimento Meu movimento surge da inquietação que tenho sob o som… Sinto a percussão vibrando no meu peito, e na calmaria, sinto a força da minha respiração. Danço no meu ritmo por que é esse ritmo que me faz sentir que a vida está passando por mim. Reviso a estética dos movimentos para tentar prever o que o outro está enxergando. Para que a mensagem seja passada de maneira clara e compreensível. Mantenho meu corpo hábil e alinhado de forma que ele responda aos meus pedidos e alcance minhas idéias. Para que ele possa ser meu instrumento. Apenas isso. Disponho da sabedoria de usar as ferramentas que tenho, respeitando os meus limites que, com a dedicação, estão cada vez mais longe. Mas ainda existem.. Tenho o cuidado de me flexionar à necessidade do outro, prestar atenção no espaço, criar momentos que transportam, trazer ao ambiente o que falta e desfocar o que não deve ser visto. Em mim a dança é um dialeto e uma forma de bem estar. A beleza é o tom em que eu falo. Beleza pelo que é belo. No momento da dança, tudo passa por mim na velocidade do som. Num caos compreensível. Eu danço o que eu sinto, o que eu sou e o que eu quero dizer. E se me falta alguma coisa, por exemplo quando me deparo com algo além dos meus limites, eu o substituo e sigo em frente em busca da arte. Caminho sobre a estrada que me conduz à ela. Produzo arte. Sou fruto dela. Porém, o resultado final nem sempre está dentro do modelo de produto comercializável. Não tenho como objetivo focar minhas energias em construir algo altamente comercializável. Meu objetivo ainda é dançar o que eu acredito. Meu trabalho é fruto do que eu estudo e assimilo, do que eu sinto e do que eu percebo. A busca pela arte é uma força muito maior em mim do que a busca pela estética física como forma de aprimoramento da dança, por exemplo. E tenho a disposição de pagar o preço por isso. Além dessa busca, ainda sou tomada pelo princípio de ser mais humana comigo mesma, com as outras pessoas e com o ambiente. Então, isso se estende por mim em todos os aspectos: quando respeito e vivo cada faze da minha vida, cada fase do meu trabalho, cada mudança no meu físico. Me dedico a vivenciar minhas experiências de vida e deixá-las me preencher por completo, para que eu tenha assunto a dizer enquanto eu danço. Para representar a beleza, tenho outros recursos que não me impedem de ter oscilações de peso e silhueta. Não me impedem nem de envelhecer. Essa é apenas a minha verdade. Acredito que o impulso para mudanças, de algo em nossa dança ou carreira, deva partir do nosso interior e não do exterior sob forma de exigência ou pressão do mercado. Se alguma coisa não é verdade para você e você tem outras verdades, então talvez, não haja motivos para a mudança. Desde que você valide isso. Na dança do ventre, assim como em outras modalidades,a beleza estética é importante, mas a arte é fundamental. A pressão do mercado pode sugerir que seja muito importante para a bailarina seguir um modelo. Mas a decisão é pessoal, pois o próprio mercado pode rejeitá-la justamente por segui-lo. Pode ser que, um dia, eu sinta essa necessidade dentro de mim de buscar por outro corpo. Lapidá-lo. Mas enquanto isso não acontece, continuo andando pelo caminho que escolhi. Dignamente.

Nesrine Bellydance

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O Encantamento

Standard post by carolnesrine on maio 30, 2014
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nes 170ok a O Encantamento O encantamento é parte realidade e parte ilusão. Nos contos antigos era feito por uma poção, uma varinha mágica, por palavras poderosas ou um feitiço. Hoje, o encantamento pode ser feito por uma música, uma dança uma comida e por tudo que desperte em nós um estado inexplicável e bom: pelinhos arrepiados, boca aberta, dormência, estagnação… uma sensação de magia. Para uma bailarina, encantar o seu público é algo inexplicavelmente prazeroso. O encantamento acontece nos detalhes: a cor do figurino, o seu brilho, o perfume no ar deixado pelo véu, o sorriso recebido, os olhares, a música… Aos poucos as pessoas vão sendo envolvidas e nem sentem o tempo passar. Por alguns segundos, todos esquecem de todo o restante do mundo ou vão para um lugar guardado delicadamente em suas lembranças. O encantamento é quase uma mágica. Mas tão importante quanto encantar é deixar encantar-se. Você se lembra da última vez que foi profundamente tomado por essa sensação? Crianças possuem o dom de encantar-se. Porém, conforme vamos crescendo, vamos perdendo essa dádiva. Nossas experiências de vida nos fazem desenvolver uma couraça dura e cinzenta que não nos deixa mais enxergar todas as cores que existem. Não nos deixa mais sentir todas as sensações que somos capazes. A parte da ilusão começa a ser questionada pela nossa razão e tudo parece não mais fazer sentido. Quando assistimos a uma apresentação de dança, a busca pela técnica da bailarina e a comparação começam a ser mais importante do que deixar contagiar-se por ela. Começamos a procurar sentido em todas as coisas da vida… Grande equivoco. Algumas coisas não fazem sentido e nunca farão. Elas apenas são. Então, cultivar a arte de se deixar encantar pode ser o caminho para tornar-se mais feliz. Encontrar o equilíbrio de aprender com as experiências negativas de vida, mas não deixa-las definir quem e como você é, pode ser um trunfo para as cores voltarem a serem mais vivas. Para a vida voltar a valer a pena. Para voltar a enxergar o quanto seu trabalho e o quanto o seu esforço são importantes para todos. Para a dança continuar a nos realizar. “Eu tinha uns seis anos e estava na janela de minha casa quando ouvi os batuques. Era uma batida ritmada, seca e forte, que rapidinho fez meus pés se mexerem até a rua. A dança do boi é hipnotizante… Naquele momento, eu me apaixonei pelos bois e pela arte da minha terra. E foi naquele dia que comecei a seguir o caminha da arte popular. Hoje, o grupo de teatro se confunde com a história da cultura da nossa região…sempre tentando manter vivo o encantamento da criança que viu pela primeira vez um boi dançar.” Crispim. Dizem que todos nós temos uma criança em nosso interior. Às vezes ela só está esquecida. Adormecida. Busque o que a faz feliz. O que a deixa plena. Permita-se encantar. E depois, encante. Nesrine Bellydance Gostaria de contratar uma palestra/debate comigo sobre esse ou outros textos? Mande um e-mail para [email protected] e solicite informações! Palestra/debate disponível para grupos ou no formato de aulas individuais. É preciso cuidar do caminho que trilhamos não somente aprimorando a dança, mas também cuidando das nossas escolhas e desenvolvendo nosso senso crítico.]]>

Você respeita o seu tempo?

Standard post by carolnesrine on maio 29, 2014
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Você respeita seu tempo 2 Você respeita o seu tempo? Vivemos numa época veloz. O tempo parece passar mais rápido e as crianças parecem nascer mais espertas do que em tempos atrás. Hoje, temos uma admiração e valorização especial pelas pessoas precoces. A sensação de sucesso sem esforço fascina. Somos mais ansiosos e ter a possibilidade de pular algumas etapas, nos traz a sensação de obter resultados mais cedo e com eles a satisfação. Sucesso: o quanto antes melhor! Essa ânsia por resultados pode ser um bom combustível para o progresso pessoal, mas se esse for o único foco, podemos ter um resultado contrário e nocivo. Alguns já nascem com sua genialidade. Porém, outros devem construir o seu caminho do zero. Histórias de carreiras abreviadas, como a de meninas que com pouco tempo de aula já se tornam logo grandes bailarinas cheias de sucesso, fazem show e dão aulas sensacionais, são muito sedutoras. A supervalorização desses casos alimenta, em algumas pessoas, a expectativa do momento em que despontarão e o sucesso chegará “sem esperar”. A expectativa da hora em que a bailarina será descoberta pelo mercado de trabalho e será querida por todos. Mas, muitas vezes, talvez na maioria delas, isso não aconteça tão cedo ou não dessa forma. Na maioria dos casos, é indispensável cumprir todas as etapas do processo, respeitando o seu tempo individual. Se não houver essa disposição e a vontade de descobrir-se genial ficar muito tempo com a pessoa, toda essa expectativa pode transformar-se em decepção, desilusão e frustração. O resultado disso pode ser o incentivo a pular etapas preciosas, ou até a desistência. A pressa não deixa enxergar que tudo pode ser uma questão de tempo. De amadurecimento. Cada um tem seu tempo e nem as pessoas e nem seus caminhos são iguais. Muitas vezes nem parecidos. Histórias de genialidade são muito sedutoras, mas não significa que histórias de dedicação ou superação não sejam tão importantes quanto ela. Não escolhemos o tema principal do nosso caminho. Ficar confabulando e esperando que sua história seja genial e incrível é apenas uma grande perda de tempo. Defina objetivos, solidifique seus princípios, reconheça e trabalhe seus erros, valorize acertos, treine e trabalhe duro, esteja aberta às suas oportunidades e faça aquilo que você ama. E então, quando olhar para a história que construiu, você poderá ter uma grande surpresa. Nesrine Bellydance Gostaria de contratar uma palestra/debate comigo sobre esse ou outros textos? Mande um e-mail para [email protected] e solicite informações! Palestra/debate disponível para grupos ou no formato de aulas individuais. É preciso cuidar do caminho que trilhamos não somente aprimorando a dança, mas também cuidando das nossas escolhas e desenvolvendo nosso senso crítico.]]>

O Despertar da Dançarina Interior

Standard post by carolnesrine on maio 27, 2014
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nes 360ok d1 tex O Despertar da Dançarina Interior Um movimento que surgiu durante a apresentação que você nem sabia que era capaz de fazer, um momento em que os pensamentos pararam e o corpo apenas deixou levar-se pela música, uma sequência extremamente criativa que nunca havia sido treinada anteriormente, uma vontade de usar uma cor que nunca a havia chamado atenção, o surgimento de uma necessidade que os movimentos não conseguem suprir, apenas a palavra… Sim, pode ser ela. A sua dançarina interior. Ela está dentro de cada uma de nós e não se importa com a sua capacitação física ou com tempo de estudos. Ela sempre está lá. Só esperando… O despertar pode acontecer em momentos diferentes para cada um. Às vezes, ela aparece logo no comecinho, e é ela a responsável pelo interesse inicial pela dança. Às vezes ela fica adormecida e desperta apenas depois de um bom tempo de estudos. Às vezes ela desperta e volta a dormir. Durante todo o início do treinamento com aulas e estudos, costumamos trabalhar principalmente nosso físico e parte do intelecto de maneira mais mecânica e racional: treinos de aprendizado, aperfeiçoamento, resistência, leitura musical, improviso, coreografias, estudamos bailarinas antigas, modernas, as que gostamos mais… De repente, é chegado o momento que as coisas parecem ter outro sentido. Novos movimentos, sequências e fórmulas definidas já não suprem mais todas as necessidades e as palavras da professora, contando uma experiência de sua carreira ou verbalizando seus próprios insights, tornam-se um bálsamo aos ouvidos. Nesse momento, começamos a fazer, sem sentir, nossas próprias escolhas, e com elas desenvolvemos momentos só nossos. Momentos tão peculiares e especiais que há quem os chamem de estilo próprio, carisma e expressividade. Quem os assiste, mesmo numa aula qualquer, vê os mesmos movimentos que a maioria sabe fazer, mas, junto com eles vê também uma inexplicável e admirável diferença. Todos os termos anteriores passam a não ser mais suficiente e alguns passam a chamar de luz. É com a dançarina interior que está nossa criatividade inesgotável, nossa luz, nossos insights e nossos momentos exclusivos. É ela que nos alimenta com uma grande satisfação depois de uma apresentação. Uma satisfação que não tem relação com nosso ego. É ela que faz com que um simples movimento transforme tudo ao redor e também com que, por alguns instantes, tudo seja esquecido e as emoções de todos fiquem em suas mãos. Como despertá-la? Bem, como no início dissemos: ela está adormecida e em nosso interior. Então, é preciso um mergulho profundo. É preciso mergulhar dentro de si. Aceitar, ouvir, acolher, compreender, vencer os medos, trabalhar todo o nosso interior. E nós, que um dia pensamos que dançar era só aprender e treinar movimentos… Pois é… uma hora descobrimos que isso é muito importante, mas existe algo além. Expor o que temos dentro de nós pode nos causar alguma estranheza no início, mas somente assim conseguiremos alcançar nossa verdade. Somente assim nossa dançarina interior poderá despertar e dançar junto conosco. E somente então o outro encontrará a verdade no que estamos apresentando. Abrir-se para ela é aceitar ouvir e aceitar e falar. É se permitir. É descobrir que as propostas em sala de aula podem ser muito mais do que treinos. É descobrir que a palavra também se transforma em movimento. No seu movimento. Nesrine Bellydance]]>