Tradicional, performance, fusão, dança livre, terapia.. dança do ventre
Tradicional, performance, fusão, dança livre, terapia.. dança do ventre O significado de cada um dos termos você já tem. Se não os tem os encontra facilmente descritos em muitos lugares. A grande questão é: você os aplica? A dança do ventre, em toda sua generosidade, nos dá espaço para criações, adaptações e diversos tipos de apresentações. É bela, feminina, receptiva, tem estética elaborada, é refinada, versátil… Isso nos estimula muito a criar e a aplicar. Cada criador tem seu universo e o externa a seu modo. O fato é que quando dizemos “dança do ventre” estamos nos apropriando de um conceito muito concreto e consistente. Essa dança tem endereço, bagagem, história, cultura e tudo mais. Porém, ela também é permissiva, permeável… Possibilita que a gente, através de seus recursos, diga e faça o que quisermos nos beneficiando das suas características e transformando o que gostaríamos de dizer num grande feito: belo, estético e atraente. Por isso, através dos recursos da dança do ventre, hoje, desenvolvem-se muitos outros trabalhos como corporais e emocionais, por exemplo. O que quero dizer é que por trás dessa dança, atualmente, desenvolvem-se trabalhos onde o foco é outro. Não o de passar a dança do ventre propriamente dita, mas o de transmitir outros objetivos. Atrai-se pela dança e transmite-se o que se quer. Existem vertentes da dança para beneficiar o físico, outras para ajudar o universo feminino a superar os males que os tempo acumulou, outros para sedução e assim por diante. Tudo com seu grande valor. A dança inclusive permite isso. Escolher essa dança como meio de veicular outros objetivos é quase que sucesso certo. Mas sucesso para quem? Para o tema que ela veicula certamente, mas e para a própria dança? Existe, para mim, uma divergência grave na informação. Quando essa forma de adaptação da dança não é dita e informada com clareza, as pessoas que as consome podem achar que estão se nutrindo de uma dança tradicional, mas não estão. Isso incentiva o crescimento de um mercado todo equivocado. As pessoas acham que aprenderam uma coisa, mas na verdade aprenderam outra ou apenas parcialmente. Podem ter sido muito beneficiadas com certeza, mas nem sempre do que pretendiam. Outros trabalhos, por sua vez, estabelecem nomes específicos e até o registram legalmente, para que esse equívoco não aconteça. Tenho muito orgulho disso! Todas as vezes que um profissional funde um trabalho à dança do ventre e o transmite com clareza, tenho ainda mais orgulho da nossa dança, por ver o quanto é versátil. E também me sinto respeitada, pois sei que não vai interferir erroneamente no meu trabalho, apenas positivamente. Novamente digo que, na minha opinião, a nossa dança do ventre permite apropriações e veiculações, mas então, em retribuição a essa característica tão positiva, devemos fazê-los com carinho, cuidado e respeito para não matarmos o que temos de mais precioso: a dança original. Já cometi inúmeros equívocos. Mas continuar a cometê-los faria de mim irresponsável. Posso cometer outros. Por isso a constante busca por conhecimento e informação. Tenho que ter a consciência de que estou dando meu melhor sempre. Imaginem: uma profissional irresponsável! O aprendizado está aí para isso: para que a gente possa crescer e melhorar. Sempre. Estude, treine, crie, invente, se beneficie, mas nomeie tudo corretamente. Se precisar, procure outros profissionais para ajudar. Duas cabeças sempre pensam melhor que uma. Cuidemos para o uso não virar abuso. Informar com responsabilidade. É o mínimo. É nossa obrigação. Nesrine Bellydance]]>
Parabéns Nesrine, sempre com textos inspiradores e assertivos.
Muito bom começar o dia com uma boa leitura!
Beijos